O assunto eleições municipais sempre gera bastante polêmica, principalmente em municípios do porte de João Pinheiro. A história nos mostra grandes movimentações de candidatos, realização de shows, passeatas e carreatas que demonstravam uma verdadeira paixão do eleitor pelas eleições. Entretanto, com o passar dos anos, essa já não é a realidade entre os eleitores. Em João Pinheiro, o JP Consciente realizou, pela segunda vez, uma convenção com todos os candidatos com regras para tornar o período eleitoral mais limpo, econômico e transparente.

Em 2016, o grupo JP Consciente realizou uma pesquisa em suas redes sociais questionando aos pinheirenses sobre os atos praticados pelos candidatos no período eleitoral. A maioria esmagadora manifestou-se contra a maioria deles, como comícios, utilização de placas, carros de som, enfim, tudo aquilo que poluía o ambiente da cidade de alguma forma. Então, o grupo firmou um acordo com os candidatos abrindo mão dessas práticas. Naquela época, o acordo foi um sucesso.

Neste ano, além das atipicidades que envolverão o período eleitoral em razão da pandemia do Covid-19, o acordo foi reafirmado entre o grupo, representando a população pinheirense, e os candidatos a vereador e prefeito. A reunião aconteceu ontem (25) na sede da OAB.

Em entrevista concedida após a reunião, Tyciano Magno, membro do JP Consciente, comentou sobre a felicidade dele e de todo o grupo em saber que todos os candidatos estão alinhados para fazerem suas campanhas sem muito barulho, com pouco impacto visual e, principalmente, gastando pouco dinheiro. Ele explicou, ainda, que o acordo significa que os candidatos abriram mão de certas condutas que são, inclusive, autorizadas pela lei, mas que, por mera liberalidade e considerando a vontade do povo, não serão praticadas.

Reuniões com até 30 pessoas serão permitidas, desde que sem aparelhagem de som justamente para evitar que mais pessoas se aglomerem no local. As bandeiras e mesas para distribuição de material também não serão utilizadas. Ficou decidido, também, que não teremos carreatas nem passeatas.

Por fim, Tyciano destacou que a fiscalização do cumprimento do acordo ficará a cargo de cada eleitor, já que, conforme esclarecido anteriormente, as condutas que deixarão de ser praticadas, não são ilegais.

“Isso que concordaram abrir mão, parte é autorizado pela legislação. Se realizar, não é ilegal. Mas tenho certeza que, se fizerem, será bastante imoral. E, sendo imoral, o eleitor tem que pensar: se aquele sujeito que pretendo votar não cumpre algo que decidiu assinar de forma voluntária, é digno do meu voto? Vamos divulgar aqueles que descumprirem”, finalizou Tyciano.

A reunião e a realização do acordo representam para João Pinheiro um grande marco para democracia, que se concretizará ainda mais com o cumprimento das cláusulas por parte dos candidatos. Fiscalize. Ajude a cidade a ter uma campanha limpa e sem práticas imorais.